Cultura Popular e decolonialidade na formação universitária. O projeto Encontro de Saberes na EEFD-UFRJ

 

Cultura Popular y Decolonialidad en la Formación Universitaria. El projecto Encuentro de Saberes en la EEFD-UFRJ

 

Popular Culture and Decoloniality in University Education. The Project Meeting of Knowledge at EEFD-UFRJ

 

 

Frank Wilson Roberto

Escola de Educação Física e Desportos

Universidade Federal do Rio de Janeiro

frank@eefd.ufrj.br

https://orcid.org/0000-0002-9282-1644

 

Eleonora Gabriel

Escola de Educação Física e Desportos

Universidade Federal do Rio de Janeiro

lolafolc@gmail.com

https://orcid.org/0000-0002-6786-6330

 

Alexandre Carvalho

Escola de Educação Física e Desportos

Universidade Federal do Rio de Janeiro

xandycarvalho50@gmail.com

https://orcid.org/ 0000-0002-8426-9466   

 

Sección: Extensión en Movimiento

Recepción: 14/02/2025               Aceptación final: 28/03/2025

 

Para citación de este artículo: Roberto, F. W., Gabriel, E. y Carvalho, A. (2025). Cultura Popular e decolonialidade na formação universitária. O projeto Encontro de Saberes na EEFD-UFRJ. Revista Masquedós, 10(13), 1-13. https://doi.org/10.58313/masquedos.2025.v10.n13.403

 

 

Resumo

Este artigo tem como objetivo apresentar a trajetória histórica das iniciativas que aproximam da universidade os mestres e mestras das culturas populares, que vêm ocorrendo na Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ desde 1970. Essa aproximação começou com a implantação das disciplinas de folclore brasileiro nos cursos de graduação e continua até os dias atuais, com a institucionalização de uma superintendência voltada para o Encontro de Saberes. Essa superintendência, por sua vez, visa criar uma rede com diversas unidades que realizam iniciativas semelhantes. Para isso, são relatadas as ações acadêmicas promovidas ao longo desse período por docentes e servidores, na forma de projetos de pesquisa, ações de extensão, eventos artísticos e outras atividades. Essas iniciativas consolidaram a relação baseada no diálogo entre saberes acadêmicos e tradicionais/populares, resultando em novos caminhos de formação universitária e inserção nos debates sobre o impacto colonial na sociedade. Tudo isso é relatado através das vozes dos agentes criadores e dinamizadores dessas ações e compartilhado aqui por meio do vasto material de registro disponível nas redes sociais.

 

Palavras-chave: encontro de saberes; formação universitária; decolonialidade; cultura popular

 

Resumen

Este artículo tiene como objetivo presentar la trayectoria histórica de las iniciativas que acercan a los maestros y maestras de las culturas populares a la universidad, las cuales se llevan a cabo en la Escuela de Educación Física y Deportes de la UFRJ desde 1970. Esta aproximación comenzó con la implementación de las disciplinas de folclore brasileño en los cursos de grado y continúa hasta hoy, con la institucionalización de una superintendencia dedicada al Encuentro de Saberes. Esta superintendencia, a su vez, tiene como objetivo crear una red con diversas unidades que realizan iniciativas similares. Para ello, se relatan las acciones académicas promovidas a lo largo de este período por docentes y servidores, en forma de proyectos de investigación, acciones de extensión, eventos artísticos y otras actividades. Estas iniciativas consolidaron la relación basada en el diálogo entre los saberes académicos y tradicionales/populares, resultando en nuevos caminos de formación universitaria e inmersos en los debates sobre el impacto colonial en la sociedad. Todo esto es relatado a través de las voces de los agentes creadores y dinamizadores de estas acciones y compartido aquí a través del vasto material de registro disponible en las redes sociales.

 

Palabras clave: encuentro de saberes; educación universitaria; decolonialidad; cultura popular

 

Abstract:

This article aims to present the historical trajectory of initiatives that bring together masters of popular cultures and the university, which have been carried out at the School of Physical Education and Sports at UFRJ since 1970. This approach began with the implementation of Brazilian folklore courses in undergraduate programs and continues to this day with the institutionalization of a superintendency focused on the "Meeting of Knowledge." This superintendency aims to create a network with various units that carry out similar initiatives. To this end, the academic actions promoted over this period by faculty and staff, in the form of research projects, extension activities, artistic events, and other endeavors, are reported. These initiatives have consolidated the relationship based on dialogue between academic and traditional/popular knowledge, resulting in new paths for university education and engaging in debates about the colonial impact on society. All this is reported through the voices of the creators and driving agents of these actions and is shared here through the vast collection of records available on social media.

 

Keywords: meeting of knowledge; university education; decoloniality; popular culture.

 

 

Um percurso pioneiro

Desde a década de 1970, a Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ tem promovido a aproximação dos mestres e mestras das culturas populares[1] com o ambiente universitário, iniciando pela implementação de disciplinas de folclore brasileiro nos cursos de graduação. Anteriormente, essa iniciativa pioneira começou com a formação do primeiro corpo docente do curso de Licenciatura em Educação Física, na antiga Escola Nacional de Educação Física (ENEFD)[2]. A professora Maria Helena de Sá Earp[3] foi convidada a inserir no primeiro currículo disciplinas ligadas ao movimento poético e livre, contrastando com as tendências militares e médicas predominantes na educação física da época[4]. Isso resultou na criação de um espaço dedicado ao desenvolvimento da dança, que foi ampliado e consolidado na reforma universitária de 1968[5] como o Departamento de Arte Corporal, um dos seis departamentos da EEFD.

A presença inspiradora das manifestações das culturas populares logo se fez sentir nesse espaço universitário dedicado ao ensino e à criação em dança, tanto nas aulas quanto no grupo artístico (Grupo Dança), criado em 1943. Posteriormente, a criação de um departamento específico levou à contratação da professora Sônia Chemale, que assumiu exclusivamente a cadeira de Danças Folclóricas. Professora, artista e agente da cultura popular, Sônia esteve envolvida em diversas frentes, desde a pesquisa e o ensino até as relações com mestres, mestras e comunidades tradicionais. Entre suas pesquisas, destacou-se o trabalho com a comunidade do Moçambique de Osório (RS), sua terra natal, onde manteve uma relação muito próxima, tornando essa rica manifestação cultural mais visível fora de seu território original.

Como docente na EEFD, iniciou essa aproximação convidando mestres e mestras para partilharem seus saberes nas turmas da Licenciatura em Educação Física, aproximando os diferentes modos de produção de saberes, movimento fundamental para a formação de docentes diante de um contexto de repressão representada pelo período do governo militar.

Esta prática foi continuada pela professora Eleonora Gabriel, ex-aluna de Sônia Chemale, que assumiu a disciplina nos anos 1980 e manteve a metodologia integrando as pesquisas de campo que estabeleciam uma relação de parceria com os mestres e mestras e as comunidades, retornando um rico material para as atividades da graduação. Dando continuidade ao projeto artístico iniciado em 1971 por Sônia, manteve ativo o Grupo de Danças Folclóricas da UFRJ, renomeada em 1990 como Companhia Folclórica do Rio-UFRJ. Todas as produções artísticas desses projetos tiveram e continuam tendo como base as pesquisas em campo e buscavam manter sua originalidade na cena.

Nessa trajetória, muitos mestres e mestras experimentaram a prática de laboratórios, oficinas, aulas, rodas de conversa no ambiente universitário. Foi marcante nessa fase, a presença de Tia Eva do Jongo da Serrinha, Mestre Nico do Mineiro-pau e Boi pintadinho de Santo Antônio de Pádua e Dona Teté do Cacuriá do Maranhão.

É importante ilustrar o caráter extensionista das ações ligadas às comunidades tradicionais e seus mestres e mestras populares. Diante da configuração que a extensão universitária tomou ao longo dos últimos anos[6], a partir de amplas discussões que partiram das relações do Ministério da Educação envolvendo as universidades e seus diversos atores, percebe-se que parte desses objetivos já se encontravam alinhados com as iniciativas implantadas por essas docentes desde os anos 1970.

Coloca-se em foco assim, o teor contido nas orientações sobre a extensão universitária estabelecidas a partir do Fórum de Pró-reitores de Extensão das Universidades (FORPROEXT):

O processo educativo, cultural e científico que articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre universidade e sociedade. [...] uma via de mão dupla, com trânsito assegurado à comunidade acadêmica, que encontrará, na sociedade, a oportunidade de elaboração da práxis de um conhecimento acadêmico. No retorno à universidade, docentes e discentes trarão um aprendizado que, submetido à reflexão teórica, será acrescido àquele conhecimento. Esse fluxo, que estabelece a troca de saberes sistematizados, acadêmico e popular, terá como consequências a produção do conhecimento resultante do confronto com a realidade brasileira e regional, a democratização do conhecimento acadêmico e a participação efetiva da comunidade na atuação da universidade. (FORPROEX, 2006, p. 21)

Outro destaque refere-se a questões relacionadas ao tema da colonialidade e propostas que insiram na formação superior o caro debate sobre a formação social brasileira a partir do processo colonial, com imposição de um modelo de modernidade eurocentrada (Quijano, 2005), que despreza e busca silenciar outros modelos de sociabilidade e outras percepções de mundo, tão presentes e pulsantes nas manifestações populares.

 

 

Metodologia empregada

Esse trabalho tem por base a descrição da realização das diversas ações no período histórico ali descrito. Os dados foram colhidos nos registros dos projetos e ações submetidas a editais da UFRJ[7] e nas memórias dos autores. Estes estiveram presentes em todas as etapas de seu planejamento, organização, execução e avaliação. Além dos registros realizados em vídeos, é apresentado também o conteúdo presente em páginas eletrônicas como testemunho das ações aqui vividas. Assim, são narradas as memórias que podem ser complementadas com as imagens e demais registros de depoimentos e considerações dos participantes. Em outros trabalhos são analisados os desdobramentos do evento através do levantamento da produção acadêmica advinda das etapas aqui apresentadas.

 

 

Encontro com Mestres Populares na UFRJ – configuração de um projeto

Desde sua retomada em 1987 como projeto do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Artística e Cultural da UFRJ (Pibiac), a Companhia Folclórica do Rio-UFRJ expandiu-se significativamente. O projeto realizou pesquisas de campo em diversas localidades, onde as comunidades preservavam suas manifestações culturais tradicionais ou onde essas tradições ainda eram guardadas na memória dos mais antigos. Essas pesquisas aproximaram a universidade das comunidades e de seus mestres e mestras, estabelecendo uma rede de ações colaborativas[8]. Dessa forma, a troca de saberes intensificou-se, com a presença constante desses agentes da cultura popular no ambiente acadêmico, fomentando um sentimento de valorização dos saberes e práticas tradicionais, reconhecidos pelos saberes oficiais.

Assim, a partir dessas ricas experiências, em 2005 foi elaborado o projeto Encontro com Mestres Populares na UFRJ[9] a partir de edital da Pró-reitoria de Extensão, tendo passado a contar com uma verba destinada à organização das atividades e pagamento de pró-labore aos mestres e mestras. Nesse projeto, a partir das experiências acumuladas, destacamos o objetivo principal de:

Promover o diálogo entre os saberes acadêmicos e os saberes tradicionais de caráter populares, valorizando a inserção do mestre da cultura popular no ensino superior, por meio da realização de oficinas teórica e prática com temas geradores associados às artes como dança, música e teatro. O contato direto de mestres tradicionais com o corpo discente e docente da graduação sugere uma nova perspectiva na transmissão do conhecimento artístico e sua inserção diferenciada na escola de ensino básico.[10]

Em 2007, o Encontro com Mestres seguiu como exemplo de atividade extensionista da UFRJ para o Encontro de Pró-Reitores de Extensão da Região Sudeste. Importante destacar a importância desse encontro que teve como foco o processo de curricularização da extensão nas universidades brasileiras, tendo tido como fruto importante a criação do Plano Nacional de Extensão Universitária. Nesse mesmo ano, a Companhia Folclórica do Rio-UFRJ recebeu no Edital Prêmio Culturas Populares 2007 – Mestre Duda 100 Anos de Frevo como instituição pública com ações junto às culturas populares.

Na primeira versão do Encontro[11], foram convidados mestres e mestras de grupos de diversas manifestações culturais da Região Sudeste e o evento consistia na realização de aulas, oficinas, rodas de conversa, palestras e o grande encontro entre todos os grupos no último dia. Ao Encontro compareceram Mestres do Jongo da Serrinha e de Angra dos Reis, do Mineiro-pau e Boi-pintadinho de Santo Antônio de Pádua (RJ) (Nico), Folia de Reis Flor do Oriente de Duque de Caxias (RJ), Batuque de Umbigada de Piracicaba e Tietê (SP), Congada Moçambique Pena Branca de Uberlândia (MG) e Bandas de Congo (ES).

Esse evento teve continuidade nos três anos seguintes sendo apoiado pela Secretaria de Identidade Diversidade Cultural (SID) do Ministério da Cultura. Durante essa etapa estiveram presentes o Boi Brilho de Lucas (RJ), a Folia de Reis Manjedoura da Mangueira (RJ), a Folia de Reis Reisado Flor do Oriente (RJ), o Fado de Quissamã (Campos/RJ), o Batuque de Umbigada de Piracicaba (SP), o Caxambu de Santo Antônio de Pádua (RJ), o Caxambu do Salgueiro (RJ) e os Cirandeiros de Tarituba (Paraty/RJ).

O III Encontro recebeu o Jongo da Cacimbinha (ES), Jongo de Pinheiral (RJ), Pastorinhas de Tarituba (Paraty/RJ), Folia de Reis Penitentes do Santa Marta (RJ), Caixeiras do Divino - Comunidade Maranhense (RJ), Escola de Mestre-Sala e Porta-Bandeira do Mestre Dionísio (RJ) e o Cordelista Jota Rodrigues (RJ).

É interessante destacar como a presença de mestras e mestres e muitos integrantes de seus grupos causaram uma estranheza construtiva no espaço acadêmico com seus trajes coloridos, estandartes e bandeiras, violas, sanfonas, flautas, caixas, pandeiros, alfaias, congas, atabaques, agogôs, chocalhos, tamancos, sandálias, sapatos e botas, arcos floridos e coroas de reis e rainhas nos corredores e salas de aula.

A entrada do mestre popular no cotidiano universitário possibilita um novo olhar sobre o conteúdo programático da disciplina e corrobora com a ação de flexibilização curricular apontada na Lei de Diretrizes e Bases (1996), possibilitando ao discente a construção da autonomia a partir da leitura da realidade social, na qual a manifestação artística apresentada se insere em nossa sociedade. Além de dialogar com determinação oriunda do Ministério da Cultura através da implementação por Portaria Normativa Interministerial Nº 1 de 04 de outubro de 2007, de incorporar os mestres de ofício e das artes tradicionais nos vários níveis de ensino.[12]

A partir de 2011, o projeto foi reformulado e mestres e mestras passaram a ministrar oficinas para as turmas de graduação da EEFD e para o projeto Companhia Folclórica do Rio-UFRJ durante uma semana. No último dia, eles também participavam de uma Roda Cultural. Essas vivências eram abertas ao público em geral. Esse formato foi mantido até 2019, e mesmo com as restrições orçamentárias enfrentadas pelas universidades, foram buscadas estratégias alternativas para garantir o pagamento aos mestres e mestras.

Desta fase participaram Mestres das Cirandas de Tarituba (Paraty/RJ), Terreiros de Candomblé da Mãe Nara de Oxóssi e Mãe Nani de Oxum (RJ), Folia de Reis Penitentes do Santa Marta (RJ), Mestre Manoel Dionísio (Escola de MS e PB-RJ), Mestres Valcir Pelé e Nilce Fran (Portela-RJ), Carlinhos Brilhante (Portela-RJ), Caxambuzeiros do Salgueiro (RJ). Mestre Silvan Barbosa (PA), Mestra Negadeza (Coco-PE), Carlinhos Chocolate (Capoeira de Angola-RJ), Mãe Nara de Oxóssi (RJ), Folia de Reis Penitentes do Santa Marta (RJ), Jongo da Serrinha (RJ).

Em 2019, em parceria com a professora Samira Lima do curso de Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina foi experimentado o modelo de abertura de uma disciplina específica com a participação de representantes do povo Guarani de Maricá (RJ). Essa experiência mostrou uma nova perspectiva que poderia ser empregada, sem perder o eixo principal da ideia de troca de saberes.

 

 

A tecnologia e o enfrentamento da pandemia

Com a chegada da pandemia da Covid-19 em 2020, houve mais um realinhamento do projeto, entendendo que o distanciamento poderia nos apresentar outras formas de encontro, baseadas no uso de tecnologias de comunicação. A barreira geográfica cedeu lugar ao alcance possível através do uso da internet e das redes sociais, já popularizada entre muitos mestres, mestras e suas comunidades. Assim, foram convidados 20 mestres e mestras populares de várias expressões dançantes de alguns lugares do Brasil para lives no Instagram e Youtube, buscando atingir um público maior, além de somente os estudantes da UFRJ. Foi organizado um calendário temático ligado à natureza das manifestações. Estas estão listadas abaixo, seguindo a linha de temas que foi construída:

    Bailando nas Águas de Tarituba Com Simone Bulhões (https://www.instagram.com/p/B_dhbuap8MT/) e Mestre Pardinho (https://www.instagram.com/p/CAB2t9XJbAB/);

    Semana de AfroBrasileirices - com Jongo de Pinheiral (https://www.youtube.com/watch?v=vZPtYMlBSlg) e com Jongo da Serrinha (não ficou registrada nas redes);

    Semana do Samba com Lili Plisséia (https://www.youtube.com/watch?v=l9HzV_1rnwc&t=1414s), Daniel Werneck (https://www.youtube.com/watch?v=01kAwJQBGjE) e Alessandra Japa e Fábio Chapéu de Couro do ReconcaRio (https://www.youtube.com/watch?v=iE-RQoyOqZ8&t=133s);

    Semana do Ciclo Junino com os mestres de quadrilha junina Fábio Andrade (Recife-PE) (https://www.instagram.com/p/CB1Jyphpd67/), Calunga Moçada (RJ) (https://www.instagram.com/p/CB1QJDdpwOi/) e Genivaldo Francisco (Recife-PE) (https://www.instagram.com/p/CB6On4mFMad/);

    Semana do Coco com os mestres coquistas Marcela Souza (https://www.instagram.com/p/CCHmuNJJ1yp/) e Lucas Gabriel (https://www.instagram.com/p/CCZR_K6p72A/)

    Roda Cultural Virtual em homenagem ao Mestre Riquinho da Folia de Reis e convidados (https://www.youtube.com/watch?v=KgyvdSQfnEU&t=5s);

    Roda Cultural Virtual - em homenagem ao Mestre Dado do Batuque de umbigada – (https://www.youtube.com/watch?v=1OSBedqldRk);

    Roda Cultural de Natal Virtual com participação especial da Folia de Reis da Sagrada Família da Mangueira do RJ (https://youtu.be/8A-zcSXYYcU).

 

Ainda sem esse vínculo específico com as disciplinas curriculares, foram realizados encontros com mestres e mestras no início de 2021, sempre com reflexões atuais e eternas com temas variados:

    Mulheres Mestras com Lazir Sinval mestra do Jongo da Serrinha (https://www.youtube.com/watch?v=waVH-U07qOI) e Rosa Reis mestra do Cacuriá de Dona Teté (https://www.youtube.com/watch?v=stbwIHFEJA0);

    Roda de Asé - Africanidades na Contemporaneidade com a Yalorixá Wanda de Omolu e Yalorixá Nani de Oxum. (https://www.youtube.com/watch?v=GR97Z9vk2E4); e Roda Cultural Mulheres Mestras (https://www.youtube.com/watch?v=7a59Yh7OjXc&t=12s);

    Festa dos Territórios Dançantes com as Cirandas de Tarituba do Mestre Pardinho e Simone Bulhões (https://www.youtube.com/watch?v=tBnV5DZMMEE); com Mestra Maria de Tiê do Coco da Porteira do Cariri (CE), (https://www.youtube.com/watch?v=p1GTa8LQyi0);  com Kalin Morgana, mestra da Dança Cigana do Povo Kalon (https://www.youtube.com/watch?v=SzxpwOqDLUI);  com Mestre Nico Thomas Mestre do Mineiro-Pau, Caxambu e Boi Pintadinho de Santo Antônio de Pádua (https://www.youtube.com/watch?v=UyX9cVvrZog); e Roda Cultural Festa dos Territórios Dançantes com Mestre Nico Thomas, Kalin Morgana, Mestra Maria de Tiê, Simone Bulhões e Mestre Pardinho (https://www.youtube.com/watch?v=PwFOMDfQljk).

 

 

Criação de uma rede

Essas experiências solidificaram a certeza de que todo este esforço e realização poderiam se transformar em um pilar importante na efetivação da valorização das culturas populares na UFRJ e, mais do que natural, agregar-se ao movimento que a UNB e outras Universidades já realizam. Depois de alguns episódios de aproximação, passamos a manter um contato direto com a grande rede do Encontro de Saberes e seus projetos inseridos como ações no Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa (INCTI), sediado na Universidade de Brasília, que faz parte do programa de Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A meta do projeto é propiciar um espaço de experimentação pedagógica e epistêmica no ensino capaz de inspirar resgates de saberes e inovações que beneficiem a todos os envolvidos – estudantes, mestres e professores. Trata-se de um desafio de grandes proporções devido ao verdadeiro abismo que separa os dois mundos que pretendemos colocar em diálogo: o mundo acadêmico, altamente letrado e centrado exclusivamente nos saberes derivados das universidades ocidentais modernas; e o mundo dos saberes tradicionais, centrado na transmissão oral e que preserva saberes de matrizes indígenas e africanas e de outras comunidades tradicionais, acumuladas durante séculos no Brasil.[13]

Diante desse alinhamento com um projeto que interliga várias universidades brasileiras, foram estruturadas em 2021 algumas disciplinas da grade curricular para serem ministradas no modelo Encontro de Saberes para os discentes dos cursos de Dança, Educação Física, Terapia Ocupacional, Direção Teatral, além de discentes das pós-graduações do PPGDan e o Programa EICOS do Instituto de Psicologia. Essa organização teve as parcerias do Projeto em Africanidades na Dança Educação – PADE, e dos projetos Festival Folclorando e Dos Mestres Populares à Universidade-um diálogo de saberes, ligados à Companhia Folclórica do Rio-UFRJ.

Em conversas com o grande pensador quilombola Nêgo Bispo, discutiu-se a criação de um ciclo de palestras, apesar de uma certa desconfiança inicial de Bispo[14], devido ao seu desconhecimento das ações realizadas pelos projetos da Escola de Educação Física, Desportos e Dança em relação às culturas populares. Bispo defendeu sua visão sobre a relação entre mestres populares e universidades e propôs um título para o ciclo de palestras: "Confluências, Transfluências e Confluências UFRJ - Quilombos Chamam".

A disciplina foi oferecida no segundo semestre de 2021, incorporando a presença do mestre Antônio Bispo e um grupo de mestres e mestras indicadas por este que já haviam participado da experiência do Encontro de Saberes em outras universidades. Esse processo configurou-se como o I Ciclo Confluências Transfluências e Confluências UFRJ - Quilombos chamam, contando com a parceria do Grupo de Pesquisa Ancestralidades em Rede - GrupAR/UFRJ. Junto a essa mesma disciplina foram convidados outros mestres de manifestações culturais completando o programa da disciplina com a presença de oito mestres e mestras das culturas populares brasileiras. Desta turma participaram também discentes do Curso de Teatro da UniRio, da professora Juliana Manhães.

Essas disciplinas ainda foram apresentadas ainda no modo remoto e sempre trazendo muitas conversas com os mestres e mestras e oficina de danças e músicas. Isto é, todos vivenciaram em seus corpos as manifestações estudadas. Todas as lives ficam gravadas criando assim uma biblioteca virtual aberta a todos.

A cada mês eram realizadas três aulas/encontros, tendo os mestres ou mestras separadamente nos primeiros e depois se juntando em um terceiro encontro denominado como Roda Cultural temática. Nesta disciplina, oferecida no semestre letivo 2021-1, foram convidados os seguintes mestres e mestras ligados aos temas:

    Maracatus do Brasil com o Mestre Maurício Soares do Maracatu Nação Estrela Brilhante do Recife (PE) (https://www.youtube.com/watch?v=jVqvliiJ_Y0); e com o Mestre Marcos Gomes do Maracatu Az de Ouro de Fortaleza (CE), (https://www.youtube.com/watch?v=xfNzD-L8cPQ); culminado com a Roda Cultural Maracatus do Brasil com o encontro entre os dois mestres Marcos Gomes e Maurício Soares (https://www.youtube.com/watch?v= );

    Povos Originários do Brasil com Júlia Muniz da Aldeia Maracanã e participação especial de Ruth Torralba (https://www.youtube.com/watch?v=xVXEW1r2pPk); com Tafkea do Povo Fulni-ô de Pernambuco e participação especial de Maycon Lack (https://www.youtube.com/watch?v=MD91yl6WdaQ); realização da Roda Cultural Povos Originários do Brasil com Júlia Muniz da Aldeia Maracanã e Tafkea do Povo Fulni-ô de Pernambuco (https://www.youtube.com/watch?v=4cJYUSixa8I);

    Coco e Dança de São Gonçalo com a Dança de São Gonçalo do Amarante  do Quilombo da Mussuca, Laranjeiras (SE) (https://www.youtube.com/watch?v=YGSbNH1HLYg); e Roda Cultural Dança do São Gonçalo do Amarante com Mestre Patrão Neilton Santana (SE) e Quarteto do Coco D. Aurinha, Negadeza, Zuri e Fritz, descendentes da D. Selma do Coco de Pernambuco (https://www.youtube.com/watch?v=bNhTMDx3L1U).

 

Na disciplina oferecida no semestre letivo 2021-2, foram convidados os seguintes mestres e mestras ligados aos temas:

    Ciclo Confluências Transfluências e Confluências – UFRJ e Quilombos chamam, recebendo Mestre Antônio Bispo e Mestre Naldo (Piauí). (https://www.instagram.com/p/CWrFn7QpNso/); Mestra Zilda - Escola Quilombista Dandara de Palmares do Morro do Alemão (RJ); Mestra Ana Mumbuca, Jalapão (TO) e Mestra Geni do povo Guarani (SC);

    Reisados do Brasil com Mestre Rogério de Moraes a Alferes Leonor de Moraes Reisado Flor do Oriente de Duque de Caxias – RJ 150 anos e o Presidente da Comissão Fluminense de Folclore, Affonso Furtado (https://www.youtube.com/watch?v=b-n1DLTSZUI); com Mestra Katia Juliana e Mestre Matheus Marcos do  Reisado Nossa Senhora da Saúde de Fortaleza (CE) (https://www.youtube.com/watch?v=iZnNjL11aSI); e realização da Roda Cultural Reisados do Brasil - Reisado Flor do Oriente de Duque de Caxias – RJ 150 anos e Reisado Nossa Senhora da Saúde de Fortaleza – CE. (https://youtu.be/HwjXsHHIQr4);

    Danças do Carnaval com Bhrunno Henrique, mestre do Frevo e Otacílio Cabral de Arruda Júnior da Escola Municipal de Frevo Maestro Fernando Borges; Mestre Manoel Dionísio da Escola de Mestre-Sala, Porta- Bandeira e Porta-Estandarte Manoel Dionísio (RJ); realização da Roda Cultural Danças do Carnaval com o encontro entre os mestres. (https://youtu.be/bXa2N9tbzAI).

 

 

Pós-pandemia – corpos juntos novamente

Com a possibilidade de retorno ao modo presencial, o projeto pôde ser mantido através de um modelo no qual mestres e mestras são pontualmente convidados a atuar junto às turmas de graduação e ao projeto Companhia Folclórica do Rio-UFRJ. Vale lembrar que a UFRJ tem sofrido com a drástica redução de seu orçamento, o que afeta diretamente os projetos de extensão que necessitam de verbas para receber dignamente os convidados e seus acompanhantes. Tem sido realizado um esforço para manter o pagamento pró-labore a cada um dos mestres e mestras convidados, considerando que eles se deslocam de seus espaços originais e se ausentam de suas atividades cotidianas para atuarem na universidade. Respeitando o princípio da equidade, essa remuneração é mais do que justa e devida.

Os primeiros convidados desde o retorno ao modo presencial foram Juliana Manhães e Cacau Amaral com a oficina de tambor de crioula do Maranhão em 03 de junho de 2022. Neste momento, todas as pessoas usando máscaras e com os devidos cuidados. A seguir vieram a mestre da cultura cigana Kalin Morgana, o Mestre Maurício Soares Baiana Rica da Nação Estrela Brilhante, Mestre Agnaldo Roberto do Cavalo-Marinho Estrela de Ouro de Condado (PE), Mestra Negadeza do coco de Recife (PE) e Viviane Martins e Márcio Perrota mestre e mestra da quadrilha do Sampaio (RJ).

No momento em que esse texto está sendo escrito, as articulações para a participação de mestres e mestras no Encontro de Saberes continuam sendo realizadas, adaptando-se às condições de cada momento e sempre em busca de mais apoio financeiro através de editais de fomento na área cultural e de extensão.

 

 

Considerações momentâneas

Ao longo dessa trajetória, diversas vias se apresentam para analisar o impacto das ações na formação dos graduandos da Escola de Educação Física e Desportos. Um dos indicadores pode ser quantitativo, objetivo, cartesiano, considerando o número de estudantes que participaram dessas atividades ou que atuaram como bolsistas no projeto Companhia Folclórica do Rio-UFRJ e produziram trabalhos acadêmicos sobre o tema. No entanto, essas métricas isoladas não são suficientes para demonstrar a efetividade das ações junto aos Mestres e Mestras das culturas populares na graduação. Um elemento essencial que se destaca é a mudança completa de paradigma ao incorporar os Mestres e Mestras nas atividades acadêmicas como agentes do processo de ensino-aprendizagem.

O espaço acadêmico das universidades carrega uma tradição elitista eurocêntrica pela própria natureza de sua formação. Assim, é razoável entender o afastamento histórico que os saberes das culturas populares têm com esse universo.

As universidades brasileiras foram constituídas tendo como modelo as universidades europeias modernas e, para isso, operaram sob o signo de uma dupla negação, científica e cultural. Nesse processo, foram excluídos os saberes científicos e tecnológicos dos nossos povos tradicionais – indígenas, afro-brasileiros e quilombolas – e também as tradições culturais, inclusive populares, dos nossos povos e comunidades, como se o ambiente universitário comportasse apenas as expressões culturais de cunho ocidental associadas com a modernidade e com uma ideia de erudição – música erudita, teatro, artes plásticas, dança moderna, cinema etc. (Hartmann et al., 2019, p.10).

A partir das transformações na forma de ingresso às universidades com a democratização do acesso através das leis de cotas, as camadas populares passaram a impulsionar significativamente as novas demandas apresentadas. A transformação de uma perspectiva eurocêntrica para uma perspectiva pluriepistêmica reforça a ideia da valorização de diversas formas de produção de saber, dentre elas as advindas de tradições ancestrais das culturas populares. Em muitos casos, a universidade não consegue encaixar esses saberes em seus enquadramentos, paletas, harmonizações e categorias passíveis de análises em seus quadros concretos e assertivos.

Assim, o desvelamento das identidades do corpo social deixa de ser algo secundário e toma à frente como voz principal. Já foi destacado, em trabalhos anteriores, o uso de metodologias e abordagens que valorizam a história de vida de cada estudante como força de conexão com aspectos teóricos e conceituais, que ganham outro sentido quando ancorados em histórias reais e vividas. Afinal, em tempos de tanto embate ideológico e polarização política, conhecer e valorizar a ancestralidade de cada indivíduo contribui sobremaneira para rechaçar discursos racistas, xenofóbicos e violentos nos debates contemporâneos.

Esse tema foi analisado em outro trabalho[15], destacando a percepção de Ailton Krenak sobre o assunto. Em suas provocações, Krenak nos incita a lembrar que esse lugar

“o meu lugar”, não se separa do território. Desse modo, um saber ancorado no “meu lugar”, lugar de origem, espaço originário, aponta inevitavelmente para a pluriversidade. As paisagens do mundo são diversas, assim como seus corpos-territórios. Assim, para Krenak, o “meu lugar” instaura uma perspectiva de saber ligado ao corpo, ao território e à ancestralidade. Ele nos lembra como, em países que foram colonizados como o Brasil, as Universidades constituem saberes através de “vozes estranhas”, estrangeiras, “vozes de outros lugares” que insistem em tentar reduzir as diferenças locais, as subjetividades e saberes de cada bioma. (Roberto et. al, 2023).

Nesse aspecto é interessante observar o avanço de questões que se apresentam no debate atual como o conceito de decolonialidade, apresentado assim por Mignolo:

(...) o pensamento-outro caracterizado como decolonialidade se expressa na diferença colonial, isto é, um reordenamento da geopolítica do conhecimento em duas direções: a crítica da subalternização na perspectiva dos conhecimentos invisibilizados e a emergência do pensamento liminar como uma nova modalidade epistemológica na interseção da tradição ocidental e a diversidade de categorias suprimidas sob o ocidentalismo e o eurocentrismo. (Mignolo, 2003).

Embora tratado como algo novo, esse fato vem sendo posto em prática desde o momento em que há a presença de um mestre popular no espaço que tradicionalmente seria respondido por um conjunto de saberes adivinhos de uma tradição acadêmica. Assim, pensar de forma decolonial é superar a diferença estabelecida a partir da formação nas graduações universitárias, com mudanças curriculares, adequação de programas e ementas, reformulação de referências bibliográficas, valorização das experiências e narrativas individuais e ter como expectativa que esses agentes serão capazes de refletir criticamente sobre aspectos como diversidade, inclusão e respeito às diferenças. Essas medidas podem permitir quebrar a barreira criada pelo processo hegemônico de transmissão de saber na construção de carreiras universitárias e formação de diversas profissões que atuarão na sociedade.

É relevante destacar o papel da extensão universitária como caminho que propõe que o diálogo com os diversos setores da sociedade (que em seu ultrapassado modelo é apartado a partir de uma visão elitista e excludente) cumpra a função de dar visibilidade a outras cosmo percepções.

       Os caminhos aqui descritos são fruto de uma luta constante e ainda sujeita à dinâmica das alternâncias políticas. A solidez trazida pela garantia legal (em termos de leis) e legítima (em termos de engajamento do corpo social das universidades) é o que pode tornar a ação extensionista uma ferramenta democrática.

 

 

Referências

Fávero, M. de L. de A. (2006). A universidade no Brasil: Das origens à Reforma Universitária de 1968. Educar em Revista, 28, 17–36. https://doi.org/10.1590/S0104-40602006000200003

FORPROEXT. (2000/2001). Plano Nacional de Extensão Universitária: Edição atualizada Brasil 2000/2001. Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras e SESu/MEC.

Gonçalves, M. D. P. N. (1999). Políticas de extensão universitária brasileira: 1975-1999 (Dissertação de mestrado). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. http://hdl.handle.net/1843/37970. Acesso em 2 de fevereiro de 2025.

Hartmann, L., Carvalho, J. J., Silva, R., & Abreu, J. (2019). Tradição e tradução de saberes performáticos nas universidades brasileiras. Repertório, 22(33), 8-30.

Marinho, Inezil Penna. (1952) História da Educação Física e desportos no Brasil. Rio de Janeiro: Departamento de Educação Física – Ministério da Educação e da Saúde, p. 181.

Mignolo, W. (2003). Histórias Globais/projetos Locais. Colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Belo Horizonte: Editora UFMG.

Quijano, A. (2005). Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina. In A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires, CLACSO (Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales) Disponível em http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/clacso/sur-sur/20100624103322/12_Quijano.pdf

Roberto, F. W., Costa, M. C. da., Lima Da Costa, S., Gabriel, E., Gualter, K. de S., & Nascimento, J. B. do. (2024). As confluências com Nêgo Bispo na EEFD – influências e impactos na formação universitária. In 8º Encontro da Associação Nacional de Pesquisadores em Dança, Salvador. Anais eletrônicos. Galoá. Disponível em https://proceedings.science/anda-2024/trabalhos/as-confluencias-com-nego-bispo-na-eefd-influencias-e-impactos-na-formacao-univer?lang=pt-br. Acesso em 11 de fevereiro de 2025.

Roberto, F. W., Gabriel, E. y Santos, A. C. dos. (2023). Encontro de Saberes na UFRJ – Cultura Popular e Decolonialidade na formação Universitária. In: Anais do Encontro de Saberes - PPGAC–UFBA. Anais. Salvador (BA) UFBA.

Roberto, F. W., Costa, M. C. da., Lima Da Costa, S., Gabriel, E., Gualter, K. de S., & Nascimento, J. B. do. (2023). SuperSaberes - a construção da Superintendência de Saberes Tradicionais na UFRJ. PragMATIZES - Revista Latino-Americana De Estudos Em Cultura, 13(25), 377-402. https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v13i25.57933

Roberto, F. W. (2017). A Memória Social do campo da cultura popular: a comunidade de cirandeiros de Tarituba (Paraty). 2017. 175 f. Tese (Doutorado em Memória Social) - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

 

 

Biografia dos autores

Frank Wilson Roberto. Artista/brincante e pesquisador das culturas populares. Docente da UFRJ, doutor em Memória Social (Unirio), integrante da Companhia Folclórica do Rio-UFRJ e do coletivo Superintendência de Saberes-UFRJ. Pesquisador CNPq do GrupAR/Grupo de Pesquisa Ancestralidades em Rede. Docente do Programa em Pós-Graduação em Dança (PPGDan).

Eleonora Gabriel. Artista da Dança, pesquisadora das culturas populares. Docente da UFRJ, doutora em Artes (UERJ), diretora da Companhia Folclórica do Rio-UFRJ e integrante do coletivo Superintendência de Saberes-UFRJ. Pesquisador CNPq do GrupAR/Grupo de Pesquisa Ancestralidades em Rede.

Alexandre Carvalho dos Santos. Artista da Dança, pesquisador das culturas populares. Docente da UFRJ, mestre em Dança (UFRJ), doutorando do EICOS-UFRJ, coordenador do PADE – Projeto em Africanidades na Dança Educação e integrante da Companhia Folclórica do Rio-UFRJ. Pesquisador CNPq do GrupAR/Grupo de Pesquisa Ancestralidades em Rede, autor do livro “Meu Corpo Terreiro” (Ori Editora, 2022).

 

 

 

 

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[1] Considera-se aqui como as manifestações que refletem a identidade, os valores, as histórias e as experiências de comunidades, geralmente ligadas às suas raízes regionais e históricas.

[2] Marinho, I. P. (1952). História da Educação Física e desportos no Brasil. Departamento de Educação Física – Ministério da Educação e da Saúde.

[3] Professora emérita de dança da UFRJ e pioneira na introdução da dança no ensino universitário brasileiro.

[4] A Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foi fundada em 1939 como Escola Nacional de Educação Física e Desportos (ENEFD). Seu objetivo era formar profissionais para atuarem na área de educação física, além de contribuir para o desenvolvimento de pesquisas e práticas desportivas. A criação da ENEFD fez parte de um movimento nacional de valorização da educação física e dos esportes, em um período em que o Brasil buscava modernizar-se e integrar práticas de saúde e bem-estar à educação. Em 1968, a ENEFD passou por uma reforma universitária que resultou na criação do Departamento de Arte Corporal, um dos seis departamentos da atual EEFD.

[5] Ver: Fávero, M. D. L. D. A. (2006). A Universidade no Brasil: das origens à Reforma Universitária de 1968. Educar em revista, (28), 17-36.

[6] Ver: Gonçalves, M. D. P. N. (1999). Políticas de extensão universitária brasileira: 1975-1999. Repositório Institucional. http://hdl.handle.net/1843/37970

[7] Editais Pibex-PR5, Pibiac-PR1 e Proart-Garins-Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ.

[8] Ver: Roberto, F. W. (2017). A memória social do campo da cultura popular: A comunidade de cirandeiros de Tarituba (Paraty) [Tese de doutorado. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro].

[9] Roberto, F. W., Gabriel, E., & Santos, A. C. (2023). Encontro de Saberes na UFRJ – Cultura Popular e Decolonialidade na formação Universitária. In Anais do Encontro de Saberes - PPGAC–UFBA. UFBA.

[10] Projeto apresentado no edital Pibex da Pró-Reitoria de Extensão da UFRJ. Disponível em http://sigproj.ufrj.br/projetos/imprimir.php?modalidade=0&projeto_id=325327&local=home&modo=1&original=1

[11] https://youtu.be/SXFk2UXUnYg?si=ZMHQcdViY2wGRuXR

[12] Idem nota 11

[13] Constante em https://www.inctinclusao.com.br/encontro-de-saberes/encontro-de-saberes, visitado em 21/02/22

[14] Ver Roberto, F. W. (2025, February). As confluências com Nêgo Bispo na EEFD – influências e impactos na formação universitária. Trabalho apresentado em Anais do 8º Encontro da Associação Nacional de Pesquisadores em Dança.

[15] Roberto, F. W., Costa, M. C. da., Lima da Costa, S., Gabriel, E.., Gualter, K. de S.., & Nascimento, J. B. do. (2023). SuperSaberes - a construção da Superintendência de Saberes Tradicionais na UFRJ. PragMATIZES - Revista Latino-Americana De Estudos Em Cultura13(25), 377-402. https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v13i25.57933